Hoje encontrei uma aranha no pára-brisas. Percebi que ela não tinha percebido que não estava no seu mundo, mas no meu. Devia parecer-lhe grande, sem limites. Devia fazê-la sentir livre. Mas não estava.
Resolvi dar-lhe um toque e ligar-lhe um sopro. Ela parou, estarrecida. Desliguei.
Deixei-a passear... Passear... Não me impus. Não era uma companhia muito agradável para viajar, mas sempre era companhia...
Volta e meia, ligava o ar, e ela colava.
Não resisti muito mais e convidei-a a entrar na minha garrafa Vitalis. Ela cheia de medo, lá foi beber um bocadito de água.
Enquando eu fazia a minha vida, ela fazia a dela - lá dentro. Rica teia para subir e descer, dar as suas voltas, ver a tampa, o fundo, o rótulo, os lados... Pareceu-me que se estava a fartar de estar encurralada.
Então lá fiz o que a consciênci me mandou. No recipiente público verde mais próximo, abri a garrafa, deixei-a na tampa a respirar o ar e fui-me embora.
Ficou livre. Ao frio. Na rolha azul da Vitalis. Será que ficou melhor? Não sei. Mas está como me pareceu que queria estar. E eu tenho mais bixos para conversar.
Elogio da Semana: "Poucas palavras e aproveitas o máximo" :)
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2 comentários:
Aranhas, gatos, joaninhas, patos (perdão...cisnes)...
Viraste S.Francisco de Assis!
lool não posso! só tu :) belo elogio para esta hora da noite..
São as irmãs aranhas e afins.
Mas não eram cisnes também :p era mais sofisticado :)
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